Senadora Warren comenta sobre os acordos secretos de Trump envolvendo cripto e IA com um emir de Abu Dhabi

A senadora Elizabeth Warren levantou grandes preocupações de segurança nacional e alertou sobre corrupção generalizada em relação a dois acordos bilionários.

Uma investigação do The New York Times expôs esses acordos, que beneficiam o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, outros altos funcionários da Casa Branca, bem como um político proeminente dos Emirados Árabes Unidos.

Acordos Sobrepostos Levam a Preocupações de Segurança Nacional

Esta semana, veio à tona uma série de acordos entre a Casa Branca e um poderoso político emiradense com extensos laços políticos.

O The New York Times relatou a confluência de dois acordos. Um deles deu aos Emirados Árabes Unidos acesso a um suprimento significativo de chips de IA, enquanto o outro concedeu um depósito de US$ 2 bilhões à WLFI de Trump.

Embora os repórteres por trás da investigação tenham esclarecido que não há evidências de que um acordo tenha sido explicitamente oferecido em troca do outro, eles ainda assim levantaram questões sobre conflito de interesses.

Somente nas últimas semanas, a família Trump adicionou US$ 1,3 BILHÕES à sua riqueza através de seus esquemas de criptomoedas. Trump continua lucrando com a presidência enquanto os custos disparam para as famílias.

— Elizabeth Warren (@ewarren)

Em um comunicado enviado ao BeInCrypto pelo gabinete de imprensa de Warren, a senadora levantou preocupações significativas de segurança nacional e alertou sobre corrupção generalizada.

“Uma potência estrangeira, essencialmente, cooptou a política externa dos Estados Unidos por meio de acordos secretos de criptomoedas que concedem acesso à tecnologia sensível dos EUA enquanto enriquecem as famílias do Presidente e de altos funcionários”, disse Warren. “Chamar isso de corrupção não faz justiça à escala do dano que esses acordos causarão à nossa segurança nacional.”

Os riscos aumentam devido à feroz competição entre China e Estados Unidos na corrida global para dominar a produção de inteligência artificial.

As Ambições de IA dos Emirados Árabes Unidos

Grande parte da corrida pela IA depende fortemente de chips especializados. Esse hardware fornece o imenso poder computacional necessário para desenvolver grandes modelos de linguagem.

A administração Biden anteriormente fez grandes esforços para restringir o acesso da China a esses chips de IA. Isso incluiu a aprovação de legislações como o CHIPS Act e controles rigorosos de exportação. Essas medidas efetivamente proibiram a venda de semicondutores avançados e de alto desempenho para a China.

Os Emirados Árabes Unidos, uma potência tecnológica, viam os Estados Unidos como um parceiro fundamental para adquirir os chips de computador avançados necessários. Como empresas americanas como a Nvidia projetam a maioria dos chips de IA mais poderosos do mundo, um importante oficial emiradense, Sheikh Tahnoon bin Zayed Al Nahyan, buscou garantir um acordo com os EUA, segundo o The New York Times.

Sheikh Tahnoon ocupa vários cargos-chave, incluindo presidente da empresa de tecnologia G42, conselheiro de segurança nacional dos Emirados Árabes Unidos e gestor de um substancial fundo soberano de US$ 1,5 trilhão. Ele também faz parte da família governante de Abu Dhabi e é irmão do presidente dos Emirados Árabes Unidos.

A administração Biden, preocupada com as parcerias da G42, aconselhou Sheikh Tahnoon a escolher entre os EUA e a China. No final, aprovou um acordo limitado entre os Emirados Árabes Unidos e a Microsoft para um pequeno número de chips de alto desempenho sob regras rigorosas.

Essa postura inflexível mudaria assim que Trump assumisse o cargo.

Borrando as Linhas entre Negócios e Política

Steve Witkoff, atuando como enviado dos EUA para o Oriente Médio, defendeu persistentemente um acordo de chips com os Emirados Árabes Unidos. Seus esforços, juntamente com os de David Sacks, o “czar de IA e cripto” de Trump, levaram a um novo acordo que aumentou dramaticamente o número de chips que a G42 poderia adquirir.

De acordo com o Times, uma nova proposta revelou que o número de chips enviados aos Emirados Árabes Unidos aumentaria para 500.000. Desse total, um quinto seria destinado à G42. Sacks defendeu essa política, argumentando que ela fortaleceria a liderança tecnológica dos Estados Unidos ao fornecer aliados.

Essas negociações ocorreram ao mesmo tempo em que uma transação financeira separada, mas relacionada, estava sendo finalizada.

A empresa de criptomoedas da família Trump, World Liberty Financial—cofundada por Steve Witkoff—recebeu um enorme investimento de US$ 2 bilhões da MGX. Sheikh Tahnoon também preside essa empresa de investimentos em IA. Esse acordo criou um vínculo financeiro direto entre a família Trump e Sheikh Tahnoon.