- Metade dos investimentos em criptomoedas feitos por bielorrussos enviados ao exterior não retornam, causando preocupação com a segurança financeira nacional.
- O presidente Lukashenko ordena ação rápida após uma auditoria mostrar regulamentação fraca no setor cripto do país.
- A Bielorrússia planeja novas regras para criptomoedas a fim de impedir a fuga de capitais e proteger tanto os investidores quanto a economia do Estado.
O presidente bielorrusso Aleksandr Lukashenko ordenou ação imediata sobre a regulamentação das criptomoedas. Isso ocorre após uma auditoria estatal alarmante que expôs grandes saídas de recursos financeiros. Segundo a auditoria, quase metade de todos os investimentos de cidadãos em plataformas cripto estrangeiras nunca retorna.
O relatório veio de uma inspeção não programada pelo Comitê de Controle Estatal. Ele encontrou violações generalizadas nas práticas de registro financeiro entre operadores cripto locais.
Esses resultados apontaram alguns defeitos no sistema regulatório atual. Embora instruções tenham sido emitidas em 2023, nenhuma lei formal foi aprovada. Lukashenko alertou sua administração de que os atrasos na supervisão do setor cripto não podem mais continuar.
Lacunas Regulatórias no Hi-Tech Park
Atualmente, a Bielorrússia supervisiona seu setor de criptomoedas através do Hi-Tech Park (HTP), uma zona de TI apoiada pelo governo. O HTP opera sob a Portaria de Desenvolvimento da Economia Digital nº 8. Embora esse arcabouço legal tenha permitido operações com tokens, a auditoria sugere que ele não tem o alcance necessário para lidar com os desafios atuais.
O presidente Lukashenko sinalizou que o papel do HTP pode ser revisado em breve. Ele indicou que agências estatais mais amplas provavelmente assumirão a fiscalização e a conformidade. A abordagem atual, sugerem os oficiais, já não é suficiente para gerenciar os riscos crescentes no espaço de ativos digitais.
No início deste ano, a Bielorrússia buscou explorar a mineração de criptomoedas para usar seu excedente de energia, aumentar a receita e atrair investidores à medida que o interesse global crescia. O objetivo era fortalecer a posição financeira do país.
Regras Claras para Proteger a Economia
Os funcionários do governo estão sob pressão para criar mecanismos regulatórios transparentes. O objetivo é garantir a estabilidade financeira e proteger tanto os interesses públicos quanto privados. Esses mecanismos definirão como as plataformas cripto devem operar dentro da Bielorrússia. Eles também delinearão o papel dos investidores domésticos e estrangeiros.
Novas diretrizes também esclarecerão como diferentes agências estatais e o HTP irão coordenar. A prioridade permanece na introdução de regras que previnam a saída de capitais e mantenham a soberania financeira. O presidente enfatizou a importância de uma supervisão estruturada para acompanhar as tendências digitais globais.
Esforços Passados e Mudanças de Política
Em 2023, a Bielorrússia começou a adotar uma abordagem mais restritiva à governança cripto. O país recomendou que deveria proibir transações cripto peer-to-peer por questões de segurança. Em setembro daquele ano, uma nova lei, o Decreto nº 367, foi assinada. Ela proibiu indivíduos, inclusive aqueles no HTP, de negociar cripto fora das plataformas bielorrussas aprovadas.
O Estado argumentou que essa medida ajudaria a regular a circulação de tokens de forma mais eficaz. Também visava trazer todas as atividades cripto sob controle nacional. Posteriormente, o ministério da energia foi encarregado de analisar a possibilidade de mineração de criptomoedas apoiada pelo Estado com o excedente de eletricidade. Embora o governo seja otimista quanto ao potencial dos ativos digitais, também está atento ao risco de descentralização.